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The White Queen
*VISCOSO, MAS GOSTOSO (BUT NOT FOREVER)*
A despeito do que os românticos possam fantasiar, o amor acaba sendo sempre como uma barra de chocolate.
Pra começo de conversa, sempre estamos dispostos a comer chocolate. Fazemos que não, evitamos e até fingimos que nem queríamos quando a grana não dá para comprar um, mas no fundo devoraríamos felizes qualquer pedacinho de chocolate.
Quando vamos ao mercado, sempre damos uma olhadinha na prateleira de chocolate... claro que é o gosto o que verdadeiramente importa, mas a embalagem bonita e chamativa ajuda na hora de escolher.
Desde o momento da escolha, começamos a viajar (em maior ou menor grau) sobre o sabor do danadinho. Vamos lembrando do gosto que outras barras têm e vamos ficando com uma vontade doida de comer logo nosso escolhido. Na viagem para casa, já criamos uma imagem especial do sabor que ele terá, ficamos com água na boca... mas é tudo reflexo da imagem que fazemos e não do gosto exato do chocolate, já que ainda não o provamos.
Quando retiramos o doce de sua bonita embalagem, percebemos que é um chocolate comum, tal e qual qualquer outro. Mas esse, por ser nosso, parece infinitamente especial.
Logo na primeira mordida, notamos que tudo aquilo o que pensamos sobre seu sabor era muito diferente da verdade. Pra começar, a gente se lambuza muito mais, coisa que na nossa imaginação dificilmente acontece. Mas, surpreendentemente, o gosto real pode ser MUITO MELHOR do que o que estávamos esperando...
Para alguns, duas mordidas bastam e já estão enjoados. Bye bye chocolate.
Para outros o desejo é tão intenso que é preciso devorar a barra completa de uma vez só. Geralmente a frustração é enorme porque, além de acabar rapidamente com o precioso doce, a dor de barriga é inevitável...
De um jeito ou de outro, no entanto, o chocolate acaba. Às vezes, acaba junto com a sua vontade de come-lo. Muitas vezes, acaba antes do que você queria. E aí tem gente que até a embalagem dele guarda, como lembrança.
E é por isso que, às vezes, é preciso ficar quietinha por um tempo. Você precisa esperar que o gosto doce do chocolate passe; no processo, ele se torna amargo, azedo, mas depois vira só uma lembrança sem maiores influências.
Só não entendo o porquê de tanta gente correr para os braços de outro chocolate logo após terminar o que tinha em mãos... será que não percebem que o gosto amargo pode vir em dobro?
*DE VERDADE, “BICO” CALADO!*
O PUTOblicitário Marcos Valério Fernandes, com as calças na mão, pediu proteção em troca de informações que ele tem sobre os esquemas corruptos, não só do período do “Puta Traição”, mas de outros governinhos mequetrefes e sem qualquer moral para apontar os erros dos demais. O procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza disse não.
É muito bem-feito pro Marcos “Tio Chico” Valério, mas também é uma pena para a democracia brasileira. Muito político BICUDO rodaria nessas também e, quem sabe, iam voltar a ficar de BICO calado.
No final das contas, não se salva um. O que diferencia aí é a habilidade de esconder a própria caquinha na caixa de areia. Nas próximas eleições, com a mais absoluta certeza, Monteiro Lobato terá meu voto!
Vale a regra do Mosquito (aquele que não entra em boca fechada).
Mamãe veio questionar minha má vontade para com o fofo, simpático e insuportavelmente bagunceiro sobrinho. Eu nunca escondi de ninguém que não sou apaixonada por crianças e suas trapalhadas. Por que eu deveria gastar parte do meu final de semana cuidando da prova factual de que minha irmã já teve vida sexual ativa? Pôs no mundo, cuide!
Mas Mamãe é, biológica e psicologicamente, o arquétipo de Mãe. Foi se meter a besta, defender o pestinha e dizer que ele é e sempre será “um amor”. Resultado: mamis vai cuidar do pequerrucho, enquanto minha irmã vai brincar de ser adolescente no sábado.
Como ela recebeu a notícia com um profundo suspiro e não com o costumeiro sorriso, creio que em breve Mamãe não vai achar tão ridícula assim a idéia de uma avaliação formal obrigatória para os futuros papais (se precisamos de licença para dirigir, por que não para ter filhos?).
Finalmente achei outra utilidade para meu sobrinho (a primeira e principal é levar umas mordidas naquelas bochechas rosadinhas): ele será minha ferramenta de conversão em massa...
*COLÍRIO*
Ainda sobre a CPI, não dou crédito algum para as lágrimas de crocodilo arrependido.
Dona “Elástico-de-prender-cabelo” Meneguel também chorava toda maldita vez que cantava a musiqueta do cãozinho Xuxo e mesmo meu sobrinho, revendo, não acreditou nem por um segundo. E olha que ele é bem sensível no que diz respeito ao sofrimento dos animais! (e aí vale a construção de cada um: se me refiro ao cãozinho, à Xuxa ou aos “desafortunados” da CPI, fica ao gosto do freguês)
*O FATOR PINTO*
Pessoalmente, não ponho a mão no fogo pela índole de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária da SMPB Comunicação. Acho que a moça teve uma postura muito ambígua em tudo até agora, no que diz respeito às denúncias feitas contra Marcos Valério Fernandes de Souza, na CPI dos Correios, ao Conselho de Ética da Câmara. É realmente um lamaçal sem fim, fica difícil acreditar que alguém vai sair dali limpo.
Ora, me parece claro que pode haver dúvidas sobre as intenções de Karina. Por que não abriu o jogo antes? No mundo dos interesseiros, ela bem pode ser mais uma.
Então, com tanta coisa para argumentar, por que diabos foram insinuar que a danada estivesse numa vingancinha pessoal contra o fulano? Pior, por que usaram como base para essas suspeitas o fato de ela concluir seus e-mails ao ex-chefe mandando beijos? (por essa “lógica”, 98% dos e-mails que eu recebo são completamente mal intencionados...).
Se um filho da puta abre o jogo para não ser enforcado sozinho, ele é um patriota, um homem com a missão de abrir os nossos olhos. Mas se é uma mulher quem faz as denúncias, aí é coisa de mulher mal comida??? É coisa de amante abandonada??? Será possível que nos reduzimos a isso, a um machismo tão sem cérebro que ignoramos totalmente o que realmente importa?
Ah sim, claro. Ia me esquecendo! É o Pinto. Tinha que ser ele. Esse membro mole, pequeno e de aparência frágil, esse membro é o poder. Supostamente temos até inveja dele, não é mesmo? O Pinto, uma comprovação física da idoneidade de uma pessoa! Karina é mal comida e está dizendo essas coisas pra ferrar com o pobre e honesto Pinto Valério. E o Pinto Ronaldinho, coitado, prejudicado pela inescrupulosa e duplamente bocuda Cicarelli. Pobres Pintos, tão honestos, tão desprotegidos, sempre alvos fáceis das vingativas e covardes bocetas deste país (quiçá do mundo).
O Pinto é tão poderoso que até na CPI é com ele que pensam os “investigadores”. Não fosse a intervenção de Heloísa Helena (pois é...), Karina já teria sido desconsiderada logo de partida, tão cara de amante pilantra ela tem, aos olhos de um Pinto.
Engraçado que isso acabe até refletindo a verdade: não é de graça que protegem tanto o Pinto; todo Pinto sabe de sua própria fragilidade e insignificância, por isso parte para a defesa quando vê um igual em situação de conflito. É a comunidade dos Pintos se ajudando, reforçando essa união tão meiga. Bem a propósito, esse comportamento sexista já deu no saco!
Eu já estou velha para ficar queimando sutiã a cada post, mas tem momentos em que simplesmente não dá para ficar quietinha, sabe?
Se bem que a coisa toda está parecendo um recreio do pré-primário. Depois que a senadora Heloísa Helena e o deputado Maurício Rands quase saíram na mão, com direito a dedo na cara, turma do “deixa-disso” e turma do “Vai-deixar???” (acho até que o famoso “quem-for-homem-cospe-aqui” pode ter dado o ar de sua graça), ficou difícil acreditar que essa questão não vai acabar como mais uma grande piada da política nacional.
É, vai virar mais um episódio “gozado” da nossa história...
*REGRAS DE CONVIVÊNCIA*
Fica terminantemente proibido o consumo de Cheetos em ambientes fechados, em que os ocupantes sejam obrigados a permanecer por mais de um minuto. Ninguém, por mais detestável que seja, merece ser obrigado a sentir o bafo de meia de jogador de futebol que empesteia o lugar, seja no coletivo, no elevador, numa reunião ou na sala de casa.
Aliás, entre Cheetos e cigarro, acho que prefiro o fedor do segundo.
O inferno deve ser algo assim: um monte de Marcelinhos Cariocas cantando Bonde do Tigrão, com a boca cheia de Cheetos!
Vou passar a me comportar melhor...
*PÉROLAS AOS PORCOS*
O cruel na Internet é, por ironia do destino, exatamente a sua qualidade maior: a liberdade. Como qualquer um pode escrever qualquer coisa, acabamos encontrando coisas que me recuso a chamar de texto, escritas por criaturas que me recuso a chamar de gente (muito menos pensantes).
É uma mediocridade sem fim, uma incapacidade mental assombrosa, uma visão de mundo tão disforme e superficial que chega (quase sempre) a ser ofensiva e vergonhosa (afinal, aquilo ali saiu de alguém que, diz a biologia, é igualzinho a nós).
Fico cada vez com menos recursos para rebater as idéias de uns amigos meus, como aquele que diz que implantaria um vestibular para usar a Internet (funciona assim: você faz uma prova de conhecimentos gerais; se não alcançar a nota mínima, nada de Internet pra você), ou aquele que me diz que a Internet deveria ser como a carteira de motorista, só pode usar quem é maior.
Não tenho certeza alguma de que essas ações resolveriam mesmo a epidemia de posts acerebrados que invadiu a net, mas também fico na dúvida se não impediria umas e outras de dizerem que “Hitler era um gênio” (ESTUDAR HISTÓRIA PRA QUÊ, NÉ FILHA?), ou que “a Lady Di não prestava e nem faz falta no mundo porque ela não era fiel ao marido dela” (PORQUE CASAMENTO É TUDA NA VIDA , NÉ? AÇÃO SOCIAL É PARA AS SOLTEIRONAS MAL COMIDAS, CLAAAAAAARO...).