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The White Queen
*UM NÚMERO 38, POR FAVOR*
O idealizador do ITAÚ DRIVE BANK é uma anta espasmódica ou parente de algum bandido. O negócio funciona mais ou menos assim: é como um Drive Thru do Mc Donalds (foi o gerente quem disse), mas com dinheiro no lugar de lanche (e um espertalhão te enfiando a arma na cara, pode apostar). Eu nunca vi idéia mais infeliz, ao menos em matéria de banco. Como facilitar ainda mais o trabalho dos assaltantes?
A boa notícia talvez seja esta: com dinheiro na mão e carro ligado, pra quê levar refém?
Você eu não sei, mas eu prefiro continuar usando a internet e enfrentando fila...
*MAIS BANAL...*
Pensando bem, que raios eles tinham na cabeça quando decidiram por anunciar os tais lactobacilos vivos no Yakult?
Meu sobrinho, um protoecologista de quinta categoria, ascendendo a uma puberdade precoce, acha "desumano se alimentar de bichinhos vivos, tão pequenos que nem podem se defender". Assim mesmo, com todas as letras. A bem da verdade, até eu achava um pouco icômodo engolir os invisíveis L.casei Shirota. Parecia nome de algum anelídeo rastejante (mas é óbvio que meu sobrinho não tem informação suficiente para fazer essa tosca associação).
Quando estou quase convencendo a bombinha humana de que os lactobacilos vão ficar numa boa porque vão direto para a FLORA intestinal (se os pais do pentelho ainda apostam na ultrapassada - e ineficiente em tempos de internet - fórmula do "papai plantou uma sementinha na mamãe e aí você nasceu", por que não trapacear com as palavras e transformar todo mundo em florestas tropicais ambulantes?), me aparece a minha irmã com o novo Yakult 40, o YAKULT COM 40 BILHÕES DE LACTOBACILOS VIVOS.
Aí, não há argumentos: é um extermínio até pra mim...
Saí com a promessa de que, se tiver que dar o café da manhã pro sobrinho novamente, conto a história de como o filé de frango vai parar no prato dele...
*BANAL*
Parei pra arrumar o cabelo e fui golpeada com toda a força por aquele cheiro. Mesmo mal humorada por ter que trabalhar hoje, aquele cheiro foi uma grata surpresa: pão quente!
Entrei na padaria e pedi um, puro mesmo, ali e na hora. Vou te contar, nada melhor do que comer um pãozinho quente no balcão, sentindo aquele cheirinho delicioso da última fornada. Minha mãe costumava me levar para comprar pão logo cedo com ela (coisa, aliás, que eu odiava completamente) e, pra desfazer minha cara de poucos amigos, me dava um para ir comendo no caminho de volta pra casa. Não que isso sanasse a chateação de abandonar minha caminha aconchegante tão cedo, mas era um fator que amenizava consideravelmente a minha birra.
Saí da padaria tirando os farelos da saia. Dois fregueses me olharam meio estranho. Se foi pelo “pão com nada” tão alegremente devorado, azar o deles. De minha parte, garanto que comecei o dia mais disposta.
"OI MEUX QUIRIDUX" ou "CUIDADO, DÊ A VOLTA E NÃO PISE NA GRAMÁTICA"
Vão dizer que é coisa de mal amada, mas vamos lá:
Por que todo blog nojento, cheio de mensagens de amor vazias e insípidas, poluído com gifs irritantes, com posts escritos com um português de envergonhar Zé Pequeno, sem uma única frase com significado, toda essa tralha que infesta a rede, como esses blogs alcançam tamanha popularidade?
Bom, certamente o fato de cada idiota reconhecer em seu trabalho as mesmas deficiências dos outros deve ser um fator a considerar nessa equação. Mas só isso explica?
Acho que não, não é possível...
As pessoas têm vidas bastante vazias. Certo, isso também colabora. Mas também não justifica por completo. Oras, se a vida é vazia, trate de ocupá-la com algo que valha mesmo a pena!
As pessoas não querem pensar? Seria uma ótima explicação. Isso justifica essa atitude tão bisonha perante a vida (que se reflete nos posts mais descaráveis que a mente humana pode criar; de fato, acho mesmo que até um chipanzé poderia escrever metade das coisas que se lêem por aí...).
Para piorar, o tema-chave de qualquer blog mequetrefe é o amor.
Ah, o amor...
Bom, pra começo de conversa, que fala muito de amor é porque não entende nada sobre o assunto. E essa dependência quase doentia de outro indivíduo é muito mais motivo de vergonha do que de exaltação. Mas as pessoas teimam em declarar, de forma aberta e pedante, o quanto são incompletas, imperfeitas e sem vida sem os entes amados.
A coisa é tão estúpida que nem a variação de palavras é significante. Se você ler dez blogs desse tipo agora, vai notar que a maioria parece um Ctrl-C/Ctrl-V do primeiro que você viu.
Sim, amor de blog é de um vocabulário deplorável de tão pequeno. Vai ver que é por isso que não dura muito.
As pessoas donas desses lixos mal escritos também parecem ter a profundidade de um pires, somada à estabilidade de um bêbado andando de bicicleta. Choram todas as suas mazelas em um post, acham que é o fim do mundo, depois aparecem com uma frase feita e retardada e acham que o mundo foi salvo graças ao poder do espírito santo. E depois começa tudo outra vez.
O blog vira diário de adolescente de filme americano dos anos 80. Vergonha, meu deus!
Os textos começam com “Ai, amigos” (ou a variação ainda mais grotesca, “Ai miguxos”) e terminam com “beijos no coração e um caminho iluminado para todos vocês”. Afora a possibilidade remota de essa pessoa morar com os Ursinhos Carinhosos, o que raios leva alguém a escrever, ler e ainda postar uma coisa assim? Tornar pública uma coisa dessas? Olha, se você tem uma verruga na perna, vai sair por aí mostrando? Não creio. As deficiências, a gente costuma esconder. Mas por que essa lógica (tão apreciável) não encontra força no meio virtual?
Para completar, se a humanidade não é exatamente a espécie mais bonita que já existiu, com certeza boa parte dos viciados em internet representam o que há de pior na questão da aparência. E o mais terrível: essa gente marca de se encontrar e inicia mais desses relacionamentos doentios!
Você sabe o que isso quer dizer???
Esses erros da natureza, esses abortos gramaticais, essas coisinhas se encontram, procriam, PROLIFERAM! Vão criando novas gerações, mais vazias e feias que as anteriores. Uma ameaça sem tamanho, é o que eu posso dizer.
O lado bom? Se hoje essa gente do cabelo empastelado, fritando na frente do computador enquanto marca “pontas com os miguxos”, não domina quase nada da vida, seus filhos serão ainda mais incapazes, o que provavelmente nos poupará a leitura de tão dispensáveis demonstrações de ignorância.
E olha que eu me esforcei pra pensar no lado bom das coisas. Se você lembrar de algo mais, me avise.
ETERNAMENTE COMEÇANDO...
Toda vez que eu acho que parei com essa história de blog, volto a escrever. Assim mesmo, do nada. Nem eu entendo.
Até porquê, quem vai ler?
Mais importante: de quem ler, quem vai entender?
Gostar nem é objetivo. Se fosse, teria que mentir...