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The White Queen
*ACRESCENTE UM “IOTA” AO SEU ID*
Famosa empresa de eletrodomésticos anda dizendo por aí (via propaganda televisiva) que você é definido pelo que você gosta. É o modo de vida Orkuteano, onde sua personalidade é delineada pelas comunidades que você acrescenta ao seu perfil (o que, pra mim, é sinônimo de um vazio sem limites).
Não estou dizendo que seja de todo uma inverdade (todo mundo sabe que dá para concluir, com uma certa credibilidade, como é uma pessoa pelos seus gostos e comportamentos), mas acho que a relação de causa-efeito está equivocada (ao menos, quero acreditar que ainda não chegamos todos a esse ponto...).
De qualquer maneira, é só para mim ou esse papo todo parece uma releitura suavizada do velho (e doentio) “você é aquilo que você possui”?
*PERCA A CREDIBILIDADE EM DOIS SEGUNDOS*
Se sofro de algum mal irremediável, com certeza é o de ser um desastre humano em potencial. Uma versão compacta de Hiroshima, sempre acabo causando algum acidente. Geralmente não comigo mesma, mas com os outros. É copo de refrigerante que derrubo em um, cinzeiro de estimação que eu espatifo de outro... uma hora a coisa iria ficar mais séria.
Pois imagine você lá, no maior discurso que já fez no escritório. Você pensou bem sobre o que iria falar, o que iria cobrar e o que iria prometer. Escolheu a roupa certa, para não parecer nem sóbria nem amistosa demais. Foi para resolver o problema, para ser levada a sério, para assumir uma nova responsabilidade. Você pensou em todos os detalhes, já que sua nomeação era um objetivo de longa data.
E aí, quem diria, você corta o pulso numa ridícula folha de papel. Assim, poof, do nada, num virar de páginas do maldito relatório. E, desatenta, nem percebe quando o sangue começa a jorrar.
Uma ridícula, insignificante, estúpida folha de papel. Pior, nem trazia nenhum dado relevante, era só uma folha de finalização de impressão. Pior ainda, bem no meio do discurso, na parte em que você dizia que “não poderá alcançar o objetivo sem a colaboração de todos”.
Agora agüenta o bem humorado aborto da natureza comentando no corredor, “a coisa tá tão feia que a Emma tentou o suicídio em plena reunião quando assumiu o projeto, ahaha”.
Ao menos, como o mesmo pseudocomediante insiste em me lembrar, nunca poderão dizer que não dei o sangue pela empresa... bléh!
*PATETA AO VOLANTE*
Raça engraçada, essa dos motoristas de ônibus de São Paulo. Quando você é um passageiro pagante, parece até que estão te dando uma carona indesejada. Fecham a cara no ponto, aceleram antes que velhinhas, grávidas e pessoas cheias de pacotes possam se acomodar, deixam passageiros comendo poeira de propósito (e riem disso), correm como o Ligeirinho só pra chegar mais cedo no terminal, saindo para olhar a saia das menininhas enquanto os trabalhadores de um dia cheio ficam esperando de pé do lado de fora do coletivo.
Mas se é um malandro pedindo carona... aí o papo é outro! Pode subir 20 maluquinhos, fedidos, bêbados, sujos como nem a roupa do Cascão poderia ser, mexendo com todo mundo, bagunçando e brigando. Eles podem, o motorista deixa. Ri, responde a uma ou outra idiotice. Por que é assim: ele vai levando na filosofia do “eu tiro o meu da reta”. E cada um que cuide do seu.
Pois é. Eu também acho terrivelmente insuportável ver aquele velhinho se arrastando 20 minutos para subir no ônibus. Mas é direito dele. E, mais dia, menos dia, todo mundo vai estar igualzinho. É chato, mas não custa ter paciência. Isso eu, que estou ali sendo servida pelo sistema de transporte. O motorista, por outro lado, é PAGO PARA ISSO.Seja por opção ou por completa falta de qualificação para exercer uma tarefa mais prazerosa, aquele é o TRABALHO DELE. É inadmissível que uma paca suada e babona se ache no direito de agir dessa maneira, só porque quem está atrás do volante é ela.
E eu que achei que deixar o carro em casa por um dia seria algo desestressante...
*CABEÇA VERMELHA*
Luana Piovani na capa da VIP. Outra vez. Olha, tudo bem que Marie Claire é um porre de revista, mas lá, pelo menos, apenas 7,8% das leitoras querem ver a egocêntrica da Piovani na capa. Bem atrás de gente como Ana Hickman é só na frente da tonta, mesmo que bela, Priscila Fantin. E convenhamos, homens (admiradores de Carla Péres pré Extreme Makeover!!!) não entendem grande coisa de beleza feminina, muito menos de inteligência feminina.
Vai daí que a Luana (será que a mãe dela já sabia que a fulana viveria com a cabeça no mundo da lua?) ganha esse espaço desmedido na mídia, assim como a Playboy corre como louca atrás da Luciana Gimenez. Para os que preferem atacar com um “ah, isso é inveja”, garanto que um olhar mais atento vai fazer vocês notarem o quanto tem para mostrar uma Ana Hickman ou uma Tânia Kalil, uma Didi Wagner ou uma Maria Fernanda Cândido. O mais legal: não só fisicamente.
O que me preocupa mesmo é o seguinte: não era essa revista que se dizia ser a do homem inteligente? Dá pra temer o destino da espécie...