Emma Grace Frost é uma mulher vil,
eternamente com vinte e poucos anos,
leitora de mentes e coração de pedra.
Hedonista por natureza, má por opção.
Notívaga a despeito da própria vontade.







Emma Já pensou que...

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The White Queen






17.10.05

*EU DIGO SIM (E NÃO É PARA A PERDIGÃO)*

Não acho que seja novidade saber que eu vou votar SIM no referendo. Ele está quase aí e eu, honestamente, estou preocupada com os resultados. O site do SIM listou ótimos motivos para que eu, você, todo mundo vote 2 domingo que vem.
Se você vota NÃO, por favor, leia com carinho e atenção. Perceba o que o Estatudo faz, inclusive no tocante aos bandidos. Perceba que não se trata de papo furado, muito menos de seqüestro dos direitos civis.
Se você vota SIM, grave esses dados na memória e passe aos seus amigos que estão pensando em votar 1 no dia 23. Mostre para eles que a lei é maior do que se pensa, que os beneficiados seremos todos nós e que ter armas em casa já foi experimentado ao longo de todos estes anos e a violência não diminuiu (muito pelo contrário).
Não é preciso discutir, brigar com ninguém. Argumentando com inteligência, mostrando dados, todo cidadão de bem, consciente, vai acabar percebendo qual é a melhor opção, a mais segura!


Principais razões para votar contra o comércio de armas e munição



O Brasil já tem armas demais


Se ter arma fosse sinal de segurança, o Brasil seria um dos países mais seguros do mundo, afinal são cerca de 17,5 milhões de armas em circulação, e 90% delas estão nas mãos de civis! [ISER-Small Arms Survey, 2005].


Armas foram feitas para matar.


Infelizmente, o Brasil além de não estar entre os mais países seguros, é o país do mundo com o maior número de pessoas mortas por armas de fogo. Em 2003 foram 108 mortes por dia, quase 40 mil no ano! [DATASUS, 2003] As mortes por arma de fogo por aqui atingiram os níveis de uma epidemia!


Menos armas, menos mortes


A arma não é a causa, mas é um vetor da violência. No Brasil, 63,9% dos homicídios são cometidos por arma de fogo, enquanto 19,8% são causados por arma branca [Datasus, 2002]. Por quê? Porque armas de fogo matam com eficácia, à distância e sem nenhum risco para o agressor. Diante de uma faca, você corre, grita, chuta. A chance de morrer em uma agressão com arma de fogo é muito maior: de cada 4 feridos nos casos de agressões por arma de fogo, 3 morrem. [Datasus, 2002]. Isso sem falar nas balas perdidas!


Quem reage a um assalto com arma de fogo corre mais risco de morrer.


É um mito considerar que com uma arma o cidadão está mais protegido. Na maioria dos assaltos, mesmo pessoas treinadas não têm tempo de reagir e sacar sua arma. Quando o cidadão reage, ele corre mais risco de se ferir ou ser morto.


Arma não funciona para defesa.


Usar uma arma em legítima defesa só dá certo no cinema. Quem se arma para defender sua família e seu patrimônio, se prepara para arriscar a própria vida se necessário, na esperança de nem precisar usar a arma: bastará uma ameaça ou um tiro para o alto... Mas essas pessoas se esquecem do “fator surpresa”. A iniciativa da ação é do assaltante, que obviamente escolherá o momento propício e a melhor condição para agir. Esse poder de iniciativa concede ao bandido uma esmagadora superioridade frente à vítima, que será surpreendida pelo ataque e não terá tempo de pegar sua arma para se defender. Quem possui uma arma tem a ilusão de estar mais seguro, mas na verdade está pondo em risco a sua vida e a de seus familiares. Proteja a vida!


Arma é risco, não proteção.


As armas em casa se voltam contra a própria família. Os pais guardam armas para defender sua propriedade e seus familiares, mas os próprios filhos acabam por encontrá-las, provocando-se, assim, trágicos acidentes. No Brasil, duas crianças (entre 0 e 14 anos) são feridas por tiros acidentais todos os dias. [Datasus, 2002].


Nossos jovens estão morrendo pelas armas


Arma de fogo é a primeira causa de morte de homens jovens no Brasil! Mata mais que acidentes de trânsito, AIDS ou qualquer outra doença ou causa externa. [DATASUS, 2003]


As mulheres são vítimas sempre


Nas capitais brasileiras, 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com arma de fogo [Datasus, 2002]. Dois terços dos casos de violência contra a mulher têm como autor o próprio marido ou companheiro. [Datasenado, 2005]. De acordo com dados do FBI, relativos a 1998, para cada vez que uma mulher usou uma arma em legítima defesa, 101 vezes esta arma foi usada contra ela. As mulheres também são as principais responsáveis pela prestação de cuidados a pessoas feridas com armas de fogo, incluindo apoio psicológico e econômico em famílias e comunidades devastadas pela violência. O número de mulheres que ficam viúvas como conseqüência dessa violência cresce todo ano.


Não existem “armas do bem” e “armas do mal”


Não é tão simples distinguir as “armas do bandido” e as “armas do cidadão de bem”, como estão dizendo. As armas que mais matam no Brasil são brasileiras, principalmente revólveres 38 da fábrica Taurus, e não armas estrangeiras fruto de contrabando. Claro que o bandido não compra arma em loja, mas as armas e munições compradas em lojas depois vão parar nas mãos dos bandidos, através de roubo ou revenda.


Uma arma pode transformar um cidadão de bem em criminoso


Muitos cidadãos que só se armaram para a auto-defesa, um dia perderam a razão e acabaram usando a arma numa situação extrema, transformando o que poderia ser uma simples agressão em um homicídio. Armas de fogo transformam desavenças banais em tragédias irreversíveis. Em São Paulo, segundo a Divisão de Homicídios da Policia Civil [DHPP-SP 2004], o primeiro motivo para homicídios é “vingança” entre pessoas que se conhecem e que não possuem nenhum vínculo com o tráfico de drogas ou outras atividades criminosas.


As armas compradas em loja vão parar nas mãos de bandidos.


Para se ter uma idéia, 80% das armas apreendidas pela policia do Rio de Janeiro (de 1993 a 2003) são armas curtas (revólveres e pistolas) e 76% são brasileiras. A pesquisa mais recente divulgada pelo governo do RJ mostra que das armas usadas em crimes entre 1999 e 2005, 61% pertenciam a “cidadãos de bem” (civis) e foram desviadas para o crime. Só no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, entre 1993 e 2000, foram roubadas, furtadas ou perdidas 100.146 armas legais (14.306 por ano). São 40 armas por dia apenas no estado de São Paulo mudando de mãos.


O Estatuto do Desarmamento tem outras leis que desarmam o bandido


A maioria dos artigos do Estatuto do Desarmamento (lei n° 10.826, 22/12/2003) dá meios à polícia para aprimorar o combate ao tráfico ilícito de armas e para desarmar os bandidos. Ele estabelece a integração entre a base de dados da Policia Federal, sobre armas apreendidas, e a do Exército, sobre produção e exportação. Assim é possível saber rapidamente de onde veio a arma apreendida. A implementação do Estatuto em sua totalidade é um dos principais instrumentos de que dispõe hoje a sociedade brasileira para desarmar os bandidos.


O Estatuto também ajuda na repressão ao tráfico de armas


Pela nova lei, todas as munições, além das armas, passam a ser marcadas na fábrica, o que ajudará a elucidar crimes e investigar as fontes do contrabando. Para evitar e reprimir desvios dos arsenais das forças de segurança pública, as munições vendidas para elas vão ser marcadas identificando o comprador. Agora as armas encontradas nas mãos de bandidos podem ser rastreadas e as rotas do tráfico desmontadas. Você sabia que os mesmos políticos que hoje defendem o ‘não’ à proibição do comércio de armas votaram contra este Estatuto que ajuda a desarmar o bandido?


As indústrias de armas e munições lucram com a morte e a violência.


As cerca de 15 milhões de armas de fogo que estão em mãos de civis no Brasil são todas fabricadas por uma indústria que lucra bilhões no mundo, não importa se seus produtos estão sendo usados por bandidos ou se estão guardados nas casas de cidadãos ordeiros. Cada tiro vale dinheiro na conta dos fabricantes de cartuchos. Para eles não faz diferença se a arma está nas mãos do “bem” ou do “mal”.


A proibição do comércio de armas vai ajudar a polícia a fazer seu trabalho


Com a vitória do SIM, conseguir armas vai sair mais caro e mais arriscado, pois além das armas, as munições agora também são marcadas na fábrica para que possam ser rastreadas. Com menos uma fonte de armas para os bandidos, será mais fácil para a polícia fazer seu trabalho e nós, cidadãos de bem, iremos cobrar que o governo e o exército avancem nos acordos internacionais contra o tráfico de armas, além de vigiar melhor as fronteiras e desmontar as quadrilhas de contrabando. A eficiência destas ações depende da nossa pressão. Comprar uma arma e abrir mão da segurança pública PARA TODOS não é solução!

DOMINGO DIA 23 VOTE 2, VOTE SIM!

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 23:52 .


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*INESQUECÍVEIS IRREDUTÍVEIS*

Quando eu acho que vou me livrar do vício, uma nova dose vem com a promessa de minutos mais do que agradáveis. Parece que Uderzo não deixará tão logo a criação mais famosa (e carismática) de sua parceria com Goscinny ficar só como uma maravilhosa lembrança. Para minha completa satisfação, no último dia 14, Asterix ganhou um novo álbum, “Asterix, Le ciel lui tombe sur la tete” (justamente o pior temor dos irredutíveis gauleses!). A Editora Record já deu sinal de que vai publicar mais esse episódio aqui no Brasil, para alegria desta fã bobona.
Eu não tenho a menor dúvida de que os roteiros de Goscinny eram melhores, mas imaginar alienígenas com cara de Mickey enfrentando alienígenas com atitude de Cavaleiros do Zodíaco, bem no meio da nossa querida aldeia gaulesa, deve render um monte de piadas espertas.
A culpa, é claro, é do meu pai. Foi ele quem me apresentou ao universo fantástico do druida Panoramix e sua poção maravilhosa, que transforma os irredutíveis gauleses na maior ameaça aos conquistadores romanos, “esses loucos”.
Passei noites e noites da minha infância lendo os coloridos álbuns, torcendo pelo baixinho Asterix, doida para comer javalis, maluca pra ver um Menir de perto. Gente simpática como Obelix estimulava minha curiosidade, meu flerte com história. Daí para frente, foi inevitável: seguindo os passos de papai, me viciei na linguagem dos gibis.
Só de saber que terei a oportunidade de rever a cara de tonto de júlio César, o desafinado bardo gaulês e os “pi’atas” já fico animada.
Não se escrevem mais obras tão divertidas quanto estas, por Tutatis!

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 14:05 .


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14.10.05


*UM ANIVERSÁRIO MUITO ESPECIAL*

Hoje eu vou falar daquele que tem sido o meu companheiro nos melhores e nos piores momentos. Temos um relacionamento aberto, uma vez que a vida amorosa dos dois não se restringe ao nosso lar. Mas isso nunca atrapalhou a nossa cumplicidade, a nossa parceria. É fato: ele fica meio arisco toda vez que aparece um namorado novo por aqui, me vira a cara e dorme afastado de mim. Mas a zanga logo passa, ciúme besta morre novo debaixo do nosso teto.
Tem dias em que quase não nos falamos, mesmo quando observamos as imagens da tv, deitados no mesmo sofá, a mesma cara de desinteresse. Outros dias, trago algo que ele gosta para lhe fazer uma surpresa, enquanto ele me acorda no meio da noite pedindo um carinho, os bigodes roçando de leve meu pescoço.
Como boa parte dos homens, Logan não é muito amigo da organização, em especial no banheiro. Tivemos muitas brigas por causa desse relaxo dele. Mas as coisas se acertam sempre que ele nota que estou falando muito sério.
Já tivemos nossas crises. Sem vergonha, Logan já passou um bom número de noites fora de casa, chegando a demorar alguns dias para voltar. Mas como já é nosso costume, perdoamos as falhas um do outro e tocamos em frente, porque formamos uma dupla e tanto.
Acho que o Logan vai pro céu dos gatinhos, porque ele sofre um bocado com a zoação que fazem sobre o nome dele (de fato, só o meu sobrinho, igualmente fã de Wolverine, acha o nome o máximo). Isso sem contar nas TPMs bravas que ele teve que agüentar quieto e no lugar dele, se não quisesse sair voando pela janela.
Hoje não é aniversário dele, porque não sei a data em que nasceu meu bichano. Mas foi pelo meio de um outubro que me deram essa coisinha fofa e peluda. E, por mais banal que seja uma moça gostar de seu gatinho, ele merece essa lembrança, vai...
Olha que coisa fofa!


Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 22:20 .


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13.10.05


*O ACRE NÃO É MAIS DO BRASIL*

Vejam só a que ponto chegamos! Como podemos viver numa sociedade tão estúpida assim? Aposto que a maioria das pessoas não sabe que o Acre não fará mais parte do Brasil, a partir do dia 1 de Março de 2007. Já está tudo marcado, preparado, acertado! E nós aqui, de braços cruzados!
Tudo foi articulado de maneira esperta e por baixo dos panos, e é por isso que não estamos vendo notícias nos jornais e revistas (a bem da verdade, o Acre mal aparece nos meios de comunicação). Mas a coisa é mais assustadora do que se pensa. Vamos aos fatos:
A articulação para que o Acre não seja mais território nacional foi engendrada por uma instituição norte-americana, a USAID (Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional), que age no país abertamente. Essa instituição, camuflada pela falsa idéia de proteção ambiental, quer tirar do Brasil e vizinhos a totalidade da floresta amazônica. Para que isso ocorra, Bush e seus asseclas foram capazes de tudo.
Pra começar, se envolveram nas questões políticas da Bolívia. O governo de lá é manipulado pelos EUA. Tudo começou com a crise dos Estados Unidos com a Venezuela, como mostra a reportagem da folha a seguir:




De posse do controle do governo boliviano, os EUA trataram de restabelecer o controle territorial do país. E adivinha quem entrou na barganha? O Acre! O novo governo “Boliviano” questionou a legalidade do Tratado de Petrópolis, pelo qual o território do Acre passou a fazer parte do Brasil, como mostra a imagem a seguir, retirada do site do estado do Acre:



Paralelamente à crise na Bolívia, a USAID tratou de se infiltrar no Acre e estabelecer conexões e parcerias com o estado e a população. Em pouco tempo, a instituição estava dominando as decisões em todos setores. Essa participação da USAID se fez abertamente, como se vê na imagem a seguir, retirada do site do estado do Acre:



Com a USAID dominando o Acre e o poder político da Bolívia nas mãos dos cães de Bush, ficou fácil tratar dos acordos para “reaver” o território “perdido”. Após algumas negociações, o governo brasileiro, corrupto como sempre, acertou novo acordo e tem até o dia 1 de Março de 2007 para devolver à Bolívia o território do Acre! Na prática, o estado estará em mãos Norte-americanas!
E para quê eles querem o acre, afinal? Este mapa, encontrado também no site do Acre e no site da USAID, mostra os reais motivos dessa tolice:




Exatamente! Os Estados Unidos colocaram, finalmente, seus planos de possuir a Amazônia em prática! Começaram pelo Acre e, como o mapa mostra claramente, não pretendem parar por aí! Há quantos anos ouvimos falar disso e nunca demos bola? Pois é, esperamos por tempo demais para fazer alguma coisa, e agora é tarde: bem diante dos nossos olhos, estamos perdendo nossas riquezas naturais! Vergonhosamente, nossos políticos venderam nossa democracia, nosso Estado soberano. O que mais falta acontecer?
O geógrafo Agnaldo Antuninni Reis, formado pela USP, é quem nos alerta sobre essa falcatrua sem tamanhos. Seu site, que sofre diversos ataques para que saia do ar todos os dias, tem lista de discussão e uma página para colher assinaturas dos brasileiros que não concordam com esta pouca vergonha:


http://www.oacreedobrasil.com.br/


E agora que sabemos de tudo isso, vamos ficar parados?

xXx


Incrível como tudo isso aconteceu sem sabermos, não é mesmo? E sabe porque nunca ficamos sabendo? Não, a culpa não é dos meios de comunicação corruptos e facilmente enganáveis. O fato é que essa história toda é a mais completa e absurda mentira. O Acre não está sendo devolvido para a Bolívia, nem agora, nem em 2007.
Isso tudo não passa de uma notícia fantasiosa, tola. Pega-se qualquer meia-verdade, exagera-se num ponto aqui, e pronto: nasce mais um hoax, uma maldita corrente para você passar para os amigos. Aí você ferra a caixa de e-mail deles, sem nunca ir conferir as notícias, é claro! Você passa lixo para frente, sem se dar conta de que:
a) a notícia pode muito bem não ser verdade
b) só ficar mandando essa porcaria pra todo mundo não resolveria merda nenhuma
Se você reler tudo, vai encontrar um monte de falhas absurdas (eu fiz questão que fosse assim)! Em alguns pontos, nem seria preciso pesquisar pra saber que tudo não passa de bobagem!
Então, pela última vez, antes de re-enviar qualquer porcaria pra todo mundo, ao menos vá dar uma pesquisadinha, infeliz! Se você tem tempo para perder enviando, gaste-o conferindo informações! Garanto que os seus amigos vão agradecer!


xXx


Mas vale ressaltar: por que será que nunca damos a menor bola pra Amazônia, a não ser quando ficamos “ameaçados” de perdê-la? Que tal parar de hipocrisia e, ao invés de se assustar com fantasmas idiotas, tratar de lutar pela preservação do que sobrou da floresta? Se só somos capazes de esboçar uma reação sobre o assunto quando sentimos que vamos perder o que possuímos para outras pessoas, quase chega a ser uma pena tudo isso não passar de mentiras...

xXx


Sim, eu já falei aqui sobre essas malditas correntes. Talvez eu esteja sendo repetitiva. Mas é que não ando de ótimo humor. Se por um lado essa pausa causada pela tendinite me deu a chance de cuidar melhor das minhas unhas, por outro lotou todas as minhas caixas de e-mails com porcarias desse estilo. Eu precisava desabafar de alguma forma, vai...

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 13:22 .


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11.10.05


*WAR PIGS*

Sistematicamente, vou perdendo a fé na nossa sociedade. Como diria Regina Duarte (ironia, justo ela anda fazendo sucesso nos meus posts), estou com medo do que vem por aí.
O que muitos acreditaram ser uma virada na democracia e na sociedade brasileira, quando se elegeu um presidente que só consegue contar até nove (e acho que nem é só por causa da falta que lhe faz o décimo dedo), era na verdade a confirmação de que, na política, o que muda é com que “mão” vão nos roubar. Hoje a mão é a esquerda, ontem foi a direita, amanhã pode até ser alguém cujo programa de governo é berrar o próprio nome, cruzes.
Já não importa quantas denúncias apareçam, quão mafiosa se mostre a turba governamental. Fomos treinados à exaustão e agora estamos aqui balindo o bom e velho “todos iguais, mas uns mais iguais que os outros”.
O que me deprime é exatamente essa incapacidade de resolver as questões. Esqueceu-se o mensalão por uns tempos, pra finalmente poder-se gritar “Juiz ladrão” com propriedade. Não que o caso da corrupção no mundo do futebol não seja igualmente uma vergonha, mas estou cansada deste slim pack da política do pão e circo (ninguém viu pão nenhum).
Aliás, é muito simbólico ver ruir a paixão nacional por causa da corrupção. Estamos chafurdando nesta gosma, o que sobrou do país duvidosamente “abençoado deus”. E poucos de nós estão realmente fazendo alguma coisa para mudar essa situação patética.
Vivemos uma rotina viciada até o talo. Dormimos tarde, acordamos cedo. Saímos da garagem olhando para os lados, com medo de algum assaltante madrugador. Trancamos nossas casas de um modo tão desesperado que até Tio Patinhas acharia exagerado. Somos reféns dos musculosos e mal encarados lavadores de vidros, nos faróis (onde diabos se enfiaram aquelas criancinhas magérrimas que costumavam, olhos tristes, cumprir este papel?). Fazemos corredores absurdos para que os motoboys passem por nossos carros sem chutar nossas portas ou levar nossos espelhos retrovisores externos. Lemos, ouvimos e debatemos toda e qualquer denúncia que despenque na nossa já atribulada cabeça. E o que fazemos em seguida? Merda nenhuma. Vamos lá ver o que o Tião vai inventar agora (a propósito, por que o Tião não morre? Poderia levar a Sol junto, sem problema algum).
É muita energia desperdiçada! Estamos aqui, explodindo e brigando uns com os outros, enquanto aqueles filhos de chocadeira continuam levando o país no bico. A violência no país é uma pequena guerra civil todos os dias, só que ninguém se dá conta (ou faz questão de ignorar os fatos). Descontamos nossa frustração nos vizinhos, no motorista da frente, na atendente de telefone, e não nos canalhocratas gordos e obtusos que nos afundam cada vez mais nessa pocilga. Depois tomamos nossa dose de anestesia em frente à tv, esperando avidamente pelo próximo capítulo. Mas, hei! A sua vida continua correndo, sabia disso?
Já pensou se cada vez que sentíssemos vontade de explodir com alguma dessas frustrações, nós redirecionássemos a nossa energia e cobrássemos as devidas providências dos governantes? Se canalizássemos nossas energias para exigir uma postura ao menos digna daqueles que só estão lá porque NÓS deixamos? Já pensou o quanto podemos ter uma sociedade diferente se decidirmos nos envolver DE VERDADE com ela, ao invés de ver a novela, falar mal de tudo ou escrever um textinho revoltadinho e colocá-lo na rede?
Teria que ser agora. Já. Demoramos demais pra começar. Se eu for esperar o esmalte secar antes de colocar mãos à obra, tenho medo que olhe pelo vidro e já não consiga mais diferenciar entre homens e porcos, tal qual já nos avisava George Orwell.

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 16:13 .


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6.10.05


*AMÉLIA FURACÃO?*

Às favas com a porra da tendinite! Já me sinto melhor o suficiente para voltar a escrever faz tempo, mas médico é bicho teimoso demais (ok, eles costumam estar certos, isso ajuda a explicar a teimosia...). Voltei. Tenho mais o que fazer! Se o braço quiser cair, que caia! Digitarei com o nariz...

xXx


Passei alguns destes dias em casa, de molho. Mereci, tinha férias vencidas desde o tempo em que o Covas era vivo.
Das minhas aventuras no mundo da tv aberta (só vê tv aberta quem tem muita coragem, hoje em dia), dediquei algum tempo para ver a novelinha que passa nas tardes da Globo. A heroína, mulher a frente de seu tempo, é uma cortesã. Bom, eu nem precisava dizer que era uma cortesã, bastava dizer que era a Malú Mader. Porque a Malú quase só faz puta “a frente de seu tempo” nos trabalhos para a Globo. E a coisa caminha quase sempre nessa direção: se é uma mulher vibrante, descolada e determinada, melhor se for puta. Mulher corajosa, na novela global, corre sempre o risco de ter sido meretriz.
Não sei que fascínio têm as putas para os autores de novela (e de alguns filmes). Parece que eles só conseguem escrever mulheres fortes e transgressoras se forem, também, prostitutas. Não que elas permaneçam nesta condição: o amor por algum imbecil vai servir de fio condutor para a sua purificação, abandonando a vida em pecado e ganhando o direito de ser, por completo, a heroína da trama.
É isso ou a Regina Duarte. Única atriz que parece ter conseguido o direito de ser uma personagem forte e determinada sem ter que passar pela fase vadia (provavelmente porque ninguém iria pagar para ir para a cama com a “namoradinha da Terra de Santa Cruz”).
É claro que, entre Regininha e a prostituta da vez, fico com a mulher de vida fácil (e como tal afirmação pode gerar dúvidas, esclareço: fico com a segunda), mas me cansei de ver a puta como heroína. Prostituição pode até ser legal para quem quer, mas não tem nada de heróico nisso. Bom, ao menos não no que se refere aos ditos padrões elevados da moralidade (ainda que, para trabalhar com certos tipos de homem, deva ser necessária uma dose cavalar de coragem, ou de falta de amor próprio, ou ambas as coisas).
Por que a dramaturgia brasileira parece incapaz de gerar mulheres bonitas, sensuais, inteligentes e donas do nariz que não sejam prostitutas? Por que essa constante manutenção do estereótipo “mulher sem par tem que ser prostituta”?
Fodam-se as Hildas Furacão, não é preciso desrespeitar o próprio corpo para se ter atitude! Paremos de chorar toda vez que uma puta de rosto bonitinho se dá mal na novelinha. Ninguém deve ou pode jogar pedra na Gení, mas eu é que não vou bater palmas pra ela e dizer que ela sim é um exemplo de mulher.
Mas é aquilo, a dramaturgia ainda está cheia de moralismos hipócritas e construções simplistas, fantasiosas e absurdas, muitas vezes apresentando relações paradoxais, tudo gerado por cabeças estúpidas, nem sempre sendo as de cima. Prostituta heroína pode, casal gay não. Mas se for para ter um casal gay, que seja de duas mulheres, não de dois homens (o bichinha só serve mesmo para fazer algum humor, né Sarita?). E que sejam duas mocinhas novinhas e gostosinhas, pra coisa rolar legal. Lésbica velha, a gente mata em explosão de shopping. Não sei para vocês, mas para mim isso parece produto de "reflexões penianas". Como é que teimam em dizer que novela é um produto feito especialmente para nós?
Eu me canso, mas até que as coisas estão um pouco menos desesperadoras. Houve um tempo em que Amélia é que era mulher de verdade...

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 19:18 .


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