Emma Grace Frost é uma mulher vil,
eternamente com vinte e poucos anos,
leitora de mentes e coração de pedra.
Hedonista por natureza, má por opção.
Notívaga a despeito da própria vontade.







Emma Já pensou que...

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The White Queen






6.10.05

*AMÉLIA FURACÃO?*

Às favas com a porra da tendinite! Já me sinto melhor o suficiente para voltar a escrever faz tempo, mas médico é bicho teimoso demais (ok, eles costumam estar certos, isso ajuda a explicar a teimosia...). Voltei. Tenho mais o que fazer! Se o braço quiser cair, que caia! Digitarei com o nariz...

xXx


Passei alguns destes dias em casa, de molho. Mereci, tinha férias vencidas desde o tempo em que o Covas era vivo.
Das minhas aventuras no mundo da tv aberta (só vê tv aberta quem tem muita coragem, hoje em dia), dediquei algum tempo para ver a novelinha que passa nas tardes da Globo. A heroína, mulher a frente de seu tempo, é uma cortesã. Bom, eu nem precisava dizer que era uma cortesã, bastava dizer que era a Malú Mader. Porque a Malú quase só faz puta “a frente de seu tempo” nos trabalhos para a Globo. E a coisa caminha quase sempre nessa direção: se é uma mulher vibrante, descolada e determinada, melhor se for puta. Mulher corajosa, na novela global, corre sempre o risco de ter sido meretriz.
Não sei que fascínio têm as putas para os autores de novela (e de alguns filmes). Parece que eles só conseguem escrever mulheres fortes e transgressoras se forem, também, prostitutas. Não que elas permaneçam nesta condição: o amor por algum imbecil vai servir de fio condutor para a sua purificação, abandonando a vida em pecado e ganhando o direito de ser, por completo, a heroína da trama.
É isso ou a Regina Duarte. Única atriz que parece ter conseguido o direito de ser uma personagem forte e determinada sem ter que passar pela fase vadia (provavelmente porque ninguém iria pagar para ir para a cama com a “namoradinha da Terra de Santa Cruz”).
É claro que, entre Regininha e a prostituta da vez, fico com a mulher de vida fácil (e como tal afirmação pode gerar dúvidas, esclareço: fico com a segunda), mas me cansei de ver a puta como heroína. Prostituição pode até ser legal para quem quer, mas não tem nada de heróico nisso. Bom, ao menos não no que se refere aos ditos padrões elevados da moralidade (ainda que, para trabalhar com certos tipos de homem, deva ser necessária uma dose cavalar de coragem, ou de falta de amor próprio, ou ambas as coisas).
Por que a dramaturgia brasileira parece incapaz de gerar mulheres bonitas, sensuais, inteligentes e donas do nariz que não sejam prostitutas? Por que essa constante manutenção do estereótipo “mulher sem par tem que ser prostituta”?
Fodam-se as Hildas Furacão, não é preciso desrespeitar o próprio corpo para se ter atitude! Paremos de chorar toda vez que uma puta de rosto bonitinho se dá mal na novelinha. Ninguém deve ou pode jogar pedra na Gení, mas eu é que não vou bater palmas pra ela e dizer que ela sim é um exemplo de mulher.
Mas é aquilo, a dramaturgia ainda está cheia de moralismos hipócritas e construções simplistas, fantasiosas e absurdas, muitas vezes apresentando relações paradoxais, tudo gerado por cabeças estúpidas, nem sempre sendo as de cima. Prostituta heroína pode, casal gay não. Mas se for para ter um casal gay, que seja de duas mulheres, não de dois homens (o bichinha só serve mesmo para fazer algum humor, né Sarita?). E que sejam duas mocinhas novinhas e gostosinhas, pra coisa rolar legal. Lésbica velha, a gente mata em explosão de shopping. Não sei para vocês, mas para mim isso parece produto de "reflexões penianas". Como é que teimam em dizer que novela é um produto feito especialmente para nós?
Eu me canso, mas até que as coisas estão um pouco menos desesperadoras. Houve um tempo em que Amélia é que era mulher de verdade...

Ao menos é o que pensa Emma Grace Frost , 19:18 .


Comments:
É, um 'puta' post. Mas você tem visto pouca novela, o que é louvável. Fora a supra citada e a Capitu, as heroínas folhetinescas têm sido Produtoras de Eventos (Malu Mader, olha ela aí), Comerciantes (Vera Fisher), boiadeiras (Eliane Giardini) - e isso que eu de-tes-to novela. Mas trabalho em TV, onde a gente acaba sabendo de tudo que rola no meio (ui!). Mas ó, TV aberta... 8 da manhã, na Gazeta. 10 e meia, 11 da noite, também! rsrs
seja bem-vinda de vorta.
 
Aeeeeeeeeeeeeeeeeee.....já estava me sentindo sozinha!!!! Embra eu tenha gostado da novela "Força de um desejo" concordo que as personagens femininas deixam a desejar. Na verdade eu gostava muito dessa novela por causa da vilã, essa sim era ardilosa, e a personagem da Claudia Abreu era muito bom também. Mas no geral é lamentável que esses rótulos sociais ainda persistem na teledramartugia.

Bom, seja bem-vinda!!!!! Fiquei muito feliz que você voltou!!!!

beijos

ps: que coisa não!!!!! rsrsrssrsr
 
Sei lá, acho que as putas estão no imaginário coletivo. Para os homens e puta é tudo o que a mulher dele não é; para a mulher, a puta é tudo o que ela quer e não pode ser...
Obrigada pelas palavras de alento, estou tirando a cara da lama!
Beijos
 
Meninas, vocês fazem uma idéia equivocada da relação homem/prosts. Os homens não pagam para transar com elas, eles pagam para elas irem embora.
 
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